VERDADEIRO MUNDO

O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.
O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.

— Introdução de O Livro dos Espíritos – Item VI

Autor: Edegar Tão

Ensina-nos a Doutrina Espírita que o mundo real é o mundo espiritual. Já o mundo físico, secundário e impermanente.

Não obstante e de certa forma independentes, os dois planos de vida se interrelacionam num intenso movimento de forças e influências.

Em comum, ambos são habitados por espíritos. Evidentemente, no mundo espiritual, estes se encontram desencarnados, livres do envoltório carnal. No mundo material, contudo, os espíritos vivem submetidos, temporariamente, ao cárcere do corpo físico.

Considerando que os espíritos desencarnados são o que eram quando homens na Terra, retornam ao mundo espiritual como herdeiros das próprias realizações. Como não poderia deixar de ser, ao retornarem ao plano espiritual através do fenômeno biológico da morte, são portadores de sucessos ou fracassos como consequências de suas boas ou más ações.

Seus valores, hábitos e condicionamentos fazem parte do próprio espírito. Dessa forma, entre outras coisas, sua natureza social e gregária também existe e é aos espíritos indissociável.

Os espíritos reúnem-se, assim, no plano extrafísico, de acordo com suas próprias afinidades, afeições e interesses. Vivem em verdadeiras organizações sociais, relacionando-se em dinâmica vida social e em regiões, cidades ou colônias espirituais condizentes ao nível evolutivo de cada um.

Formam comunidades, vilas, cidades inteiras, com estruturas sociais tão mais aperfeiçoadas quanto às do nosso orbe, onde se comungam beleza e harmonia, fraternidade e caridade, aprendizado e trabalho. Naturalmente, tais edificações só podem ser encontradas em esferas mais elevadas, onde o corpo coletivo dos espíritos ali reunidos já apresenta significativas expressões de luz e amor.

Por outro lado, espíritos ainda inferiores se estabelecem em agremiações mais imediatas da Terra, sem, contudo, perderem os espaços de convivência social e formando as mesmas comunidades e cidadelas; com a diferença de que o aspecto geral reinante é aquele marcado pelo sofrimento e desequilíbrio, trevas e perturbações.

Estes mundos, por vezes tão paradoxais, formam os planos espirituais que traduzem as forças do sentimento e da simpatia que lhes são peculiares. Os habitantes destas esferas se encontram inseridos em sagrados processos educativos e redentores, de evolução e trabalho; todos submetidos às Leis de Deus, experimentando os júbilos ou as dores decorrentes das próprias ações. Tal qual no plano material, também lá tudo progride e avança, em aperfeiçoamento contínuo.

Recordando a afirmativa de Jesus, anotada pelo evangelista João: “Há muitas moradas na casa de Nosso Pai”, o Benfeitor Emmanuel assevera:

…entretanto viverás naquela que houveres erguido para ti mesmo, segundo o ensinamento do próprio Mestre, que manda conferir a cada um de acordo com as próprias obras. 

Sigamos sempre confiantes e determinados no caminho do bem.

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