NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE

Estudo doutrinário de: Eurípedes Kühl (fonte: Instituto André Luiz)

Nos dominios da mediunidade

Pelo espírito: André Luiz

Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Editora: FEB

Data da 1ª edição: 1954

André Luiz, com sua abençoada perspicácia, dedicou esta obra inteiramente à mediunidade, com isso ofertando-nos a visão “do Céu para a Terra”, em contraponto à visão “da Terra para o Céu”.
Em vários pontos, cita o papel da Ciência na jornada evolutiva do Espírito e explica: a Ciência, buscando compreender cada vez mais os fatos da alma humana — muitos deles, na verdade, ligados ao intercâmbio dos dois Planos — , vem compreendendo as sublimes nuanças da mediunidade. Por enquanto, nomeia tais fatos com palavras algo complicadas, mas que não passam de rótulos… Contudo, sendo o progresso Lei Divina, não tardará a identificar que o intercâmbio com o Plano Espiritual é manancial inapreciável de possibilidades construtivas da pax omnium (paz de todos), que nada mais é do que a somatória da pax personæ ad persona (paz de pessoa a pessoa).
E complementa: Vida e Morte, berço e túmulo, experiência e renovação, nada mais são do que simples etapas sequenciais do progresso espiritual, expressando-se, pujantes, num “hoje imperecível”. Na verdade, nossa mente é o nosso endereço e nossos pensamentos são as nossas criações de luz e sombra, de liberdade ou escravidão, de paz ou tortura.
Dessa forma, a orientação aqui exposta para uma próspera vivência dos fenômenos mediúnicos, para cada médium e para toda a Humanidade, repousa na vivência dos ensinos de Jesus, inscritos na consciência e no coração de cada um de nós, médiuns ou não…

Sinopse – Capítulo a capítulo

Capítulo 1 – Estudando a mediunidade

André Luiz, Hilário e dezenas de outros Espíritos, num curso rápido de ciências mediúnicas, assistem à palestra do Instrutor Albério, que esclarece ser a mente a base de todos os fenômenos mediúnicos. Na família terrena, que é a própria Humanidade, agimos e reagimos uns sobre os outros, através da energia mental em que nos renovamos constantemente… Assim, criamos, alimentamos e destruímos formas e situações, paisagens e coisas, com o que estruturamos nossos destinos. A mente é um núcleo de forças inteligentes que geram sutil plasma, o qual, ao exteriorizar-se, oferece recursos ao que pensamos. No mundo mental do agente um eventual recipiente pode interpretar os pensamentos recebidos, limitando-os à sua capacidade. “Vibrações compensadas”, ao contrário, exprimem valores mentais de qualidades idênticas. Ao médium compete elevar seu padrão, pelo estudo e prática de virtudes, para só assim recolher mensagens das Grandes Almas.


Capítulo 2 – O psicoscópio

Especializando conhecimentos sobre mediunidade, André Luiz e Hilário recebem do Assistente Áulus a descrição de um aparelho pequeno e leve, na forma de uma pasta, denominado “psicoscópio”. Esse aparelho possibilita identificar as vibrações da alma e observar a matéria, tudo isso sem grande concentração mental. Com ele, os Espíritos classificam, de imediato, as possibilidades de um médium ou de um grupo mediúnico, segundo as radiações que projetam: a moralidade, o sentimento, a educação e o caráter. Os três Espíritos (Áulus, André Luiz e Hilário) se dirigem ao plano terreno e adentram numa “casa espírita-cristã”. André Luiz e Hilário deslumbram-se ao utilizarem o psicoscópio e verificar a harmonia dos dez médiuns, a se expressar por um sublime espetáculo de luzes, de ambos os Planos da vida. Vêem raios vitais do Plano terreno que Áulus denominou de “raios ectoplásmicos”.


Capítulo 3 – Equipagem mediúnica

É feita apresentação dos médiuns que formam o grupo mediúnico no qual André Luiz e Hilário irão permanecer em estágio de aprendizado, sob assistência de Áulus.
A “ficha psicoscópica” demonstra a natureza dos pensamentos do Espírito focalizado. É esclarecida a importância do cérebro, onde se concentram todas as manifestações da individualidade, a governar as ações oriundas dos estímulos da alma, a partir dos pensamentos. É citado o perigo que ronda os médiuns que se julgam donos de recursos espirituais que não lhes pertencem.


Capítulo 4 – Ante o serviço

Os expositores evangélicos (de todas as religiões) são comparáveis a técnicos eletricistas, a desligar “tomadas mentais” de encarnados e desencarnados, através das suas boas palavras contendo princípios libertadores na esfera do pensamento. Por isso, são alvo de Espíritos vampirizadores que a eles se opõem ferreamente, às vezes, provocando sono nos ouvintes… Espíritos necessitados trazidos à reunião apresentavam lesões perispirituais (mutilações, ulcerações, paralisias). Há descrição de dois casos sobre hipnotismo e obsessão: o primeiro, ligado a vigorosa sugestão pós-hipnótica (gerando amnésia) e o segundo, versando sobre força hipnotizante (acatamento de sugestão de maldição e conseqüente concretização dessa maldição).


Capítulo 5 – Assimilação de correntes mentais

André Luiz utiliza o psicoscópio em encarnados. São descritos os preparativos espirituais para uma reunião mediúnica: o dirigente espiritual atenua seu tom vibratório para se compatibilizar com o do dirigente encarnado, transferindo-lhe energia mental, que se traduzia por forças que resultavam em palavras e raios luminosos. É explicitado como cada pensamento tem peso próprio, conforme seja de crueldade, revolta, tristeza, amor, compreensão, alegria, etc., expressos pela onda mental (em palavras orais ou escritas).
Há valiosa explicação de como perceber e identificar o teor de interferências em nossa mente.


Capítulo 6 – Psicofonia consciente

É descrito um caso de obsessão por paixão. A psicofonia é descrita de forma simples, qual processo de enxertia neuropsíquica. O médium “empresta” seu órgão vocal e possibilidade das sensações, mas permanece no comando firme da vontade, limitando caprichos e excessos, mantendo dessa forma a dignidade do trabalho caridoso e do próprio recinto. O Mentor espiritual recomenda a abstenção de perguntas ao visitante espiritual necessitado (com alienação mental) perguntas essas que procurassem identificá-lo. Se um psicofônico em serviço duvidar de sua mediunidade o visitante espiritual que estiver atendendo será expulso e o socorro se tornará anulado.


Capítulo 7 – Socorro espiritual

Este capítulo se constitui em preciosa aula de como doutrinar um Espírito sofredor e irônico. É descrito o processo de regressão de memória (no Plano Espiritual), com ajuda de uma tela (de um metro quadrado, aproximadamente) formada de gaze tenuíssima. O aparelho se denomina “condensador ectoplasmático” e funciona sob apoio dos médiuns. As cenas vistas pelo protagonista — o Espírito necessitado — são também percebidas intuitivamente pelo doutrinador, possibilitando-lhe o amparo adequado.


Capítulo 8 – Psicofonia sonambúlica

Foi trazido à reunião mediúnica um Espírito infeliz que há mais de dois séculos permanecia estagnado no egoísmo e apegado aos bens materiais. Foi atendido por médium psicofônica passiva (exteriormente), mas com absoluto controle moral do exercício mediúnico no qual se manteve presente e responsável. Quando a pessoa que é médium de psicofonia não possui méritos morais para a autodefesa, pode ser levada à possessão…


Capítulo 9 – Possessão

Vemos aqui a inconveniência da presença na reunião mediúnica de pessoas necessitadas, principalmente as epilépticas. Nesses casos, geralmente ocorrem crises de epilepsia, por possessão espiritual, que é detalhada neste capítulo. Tal crise, que pela medicina terrestre é um ataque epiléptico, contudo, para o Plano espiritual, é considerada um “transe mediúnico de baixo teor”. No caso focalizado neste capítulo, quando o Espírito obsessor é admitido na reunião ocorre grave cri-se orgânica no obsidiado.


Capítulo 10 – Sonambulismo torturado

Novamente se confirma a inconveniência de encarnados obsidiados assistirem à reunião mediúnica. Neste capítulo, com a chegada do Espírito perseguidor, a mulher perseguida (encarnada), presente, começa a gritar, transfigurada, contorcendo-se em pranto convulsivo, tendo a respiração sibilante e opressa.

Obs. 1 – Nem precisamos alongar considerações, pois é evidente o perigo que tais acontecimentos podem representar para o encarnado, além do potencial desequilíbrio que tende a colocar em risco o clima vibratório da reunião mediúnica. A ajuda ao encarnado necessitado será produtiva com o seu encaminhamento às palestras evangélicas, à recepção de passes, ao engajamento em atividades assistenciais, ao estudo doutrinário constante e principalmente, por preces e auto-reforma.
Obs. 2 – Novamente1 vemos citação da aplicação de eletrochoque em pessoas com crises histéricas (dementes). Tal recurso médico, atualmente, se mostra improdutivo e mesmo contra-indicado.

***
¹ No livro “No Mundo Maior”, Capítulo 7, foi citado o eletrochoque e na respectiva sinopse anotamos: “Atualmente, são outros os conceitos sobre o tratamento por choque elétrico, que tiveram seu emprego consideravelmente restringido após o progresso da psicofarmacologia”.


Capítulo 11 – Desdobramento em serviço

É descrito detalhadamente o fenômeno de desdobramento do médium, seguido de psicofonia, tudo sob ação do Plano Espiritual. Há referências sobre o “duplo etérico”, aqui considerado como “eflúvios vitais” situados entre a alma e o corpo. O duplo etérico se desintegra com a morte física.


Capítulo 12 – Clarividência e clariaudiência

A fluidificação da água é mostrada, sendo relatados os benefícios de medicação que promove. A clarividência e a clariaudiência são faculdades mediúnicas de percepção mental. Surdos e cegos encarnados podem ouvir e ver através de outros recursos, se convenientemente educados para isso(!). Há preciosa lição sobre os sentidos físicos e a mente. Formas-pensamento positivas criadas por Mentor espiritual são vistas por médiuns clarividentes. Por esse mesmo processo obsessores sugerem às suas vítimas impressões alucinatórias.


Capítulo 13 – Pensamento e mediunidade

Este capítulo é dedicado a uma sublime preleção de um Espírito muito evoluído, no encerramento da reunião mediúnica. Constitui, para todos nós, verdadeira metodologia científica espírita para a renovação íntima e progresso espiritual.
A renovação mental é tida como o único meio de recuperação da harmonia, particularmente nos casos de “mediunidade torturada”. A educação mediúnica, a leitura de livros de autoria dos orientadores do progresso, a bondade — a elevação de si mesmo, enfim —, tais os deveres do bom médium.
“Amor e sabedoria: asas para o voo definitivo, no rumo da perfeita comunhão com o Pai Celestial”.


Capítulo 14 – Em serviço espiritual

Vemos aqui o caso de um marido temperamental e atrabiliário que cedo desencarnou e a seguir tentou transformar a viúva em serva, não o conseguindo, sendo ela médium vigilante, de excelsas virtudes. Em consequência, tal marido estagiou em zonas purgatoriais até reconsiderar suas atitudes. Aí, então, passou a contar com o auxílio da ex-esposa (embora não seja regra, foi-lhe permitido semanalmente se aproximar do antigo lar), onde a acompanha no culto íntimo da oração e nas tarefas mediúnicas.
É citado o “piche gaseificado” que predomina nos ambientes trevosos.
Há proveitosa lição sobre obsessão recíproca entre encarnado e desencarnado.


Capítulo 15 – Forças viciadas

Vampirismo sobre alcoólatras e fumantes… Apontamentos sobre a inexorabilidade da Lei de Ação e Reação, por meio de dolorosas reencarnações às “almas necrosadas nos vícios”: mongolismo, hidrocefalia, paralisia, cegueira, epilepsia secundária, idiotismo, aleijão de nascença… são recursos angustiosos, mas necessários. É citado o exemplo de um hábil médium psicógrafo que, bebendo e fumando num restaurante, escrevia idéias escabrosas que captava de um infeliz Espírito ao qual estava imantado. O objetivo desse obsessor era perturbar uma jovem encarnada, envolvida com um crime. Em oposição a esse triste quadro a equipe espiritual, com André Luiz, vê uma ambulância passar por eles e nela um médico acompanhado de um Espírito que lhe envolvia a cabeça em “roupagem lirial, com suaves irradiações calmantes de prateada luz”.


Capítulo 16 – Mandato mediúnico

Narração de como é realizada a segurança da reunião mediúnica, a cargo do Plano Espiritual e como uma médium dedicada, com ideal de amor, é assistida pelos Benfeitores espirituais. É-nos mostrado como proceder no atualmente chamado “atendimento fraterno”, a desenrolar-se nos dois Planos, sem individualizar o auxílio, mas com sugestões evangélicas tendo endereço certo, aos necessitados.
Vários obsessores “procuravam hipnotizar suas vítimas precipitando-as no sono provocado, para que não tomassem conhecimento das mensagens transformadores ali veiculadas pelo verbo construtivo”.
Notável citação é a do “espelho fluídico” a mostrar aos Espíritos protetores o perispírito da pessoa ausente para a qual alguém formulara petição, por escrito: vendo as necessidades, inspiravam a médium psicografa a anotar a orientação e o atendimento adequados.
O “mandato mediúnico”, aqui largamente explicitado, constitui inapreciável condição do médium compromissado com o dever, mas sobretudo com o Evangelho de Jesus.
As instruções têm clareza e ao mesmo tempo advertências, sendo lição imperdível a todos os médiuns.


Capítulo 17 – Serviço de passes

São oportunas as instruções deste capítulo, versando sobre passes e passistas. Tantas e sublimes são as explicações que impedem a síntese. Não obstante, eis os tópicos:

  • toque desnecessário;
  • chispas luminosas saindo das mãos;
  • energias circulando da mente do passista às suas mãos;
  • força magnética isenta de moral;
  • médium curador sem moral, resvalando para situações difíceis;
  • necessidade do estudo pelo médium;
  • força da prece sincera;
  • recepção positiva e negativa por parte do paciente;
  • causas espirituais das doenças;
  • a cura pela renovação dos pensamentos;
  • passes à distância.

Capítulo 18 – Apontamentos à margem

Nem sempre a solicitação de um encarnado (para ter notícias de ente amado que desencarnou), pode ser atendida… a benefício de ambos.
Novos apontamentos sobre a caridade de Jesus, o Espiritismo e a mediunidade.


Capítulo 19 – Dominação telepática

Numa traição conjugal, o cônjuge traído se ressente da influência perturbadora, pois o casal respira em regime de clima espiritual mútuo. Detectada a traição, só o perdão incondicional pode imunizar aquele que está sendo traído, beneficiando-o com a paz da consciência. Nesses acontecimentos, tão generalizados, o lar se transforma em trincheira de lutas, campeando angústias e repulsão, a desaguarem nas tormentosas águas da obsessão.


Capítulo 20 – Mediunidade e oração

Valiosos são os apontamentos sobre o casamento e o perdão, quando o lar vivencia traição de um cônjuge. Diz o mentor Áulus: “A vingança é a alma da magia negra. Mal por mal, significa o eclipse absoluto da razão” (!).
Pela prece, o ofendido não muda os fatos, mas modifica a si mesmo, obtendo forças e amparo espirituais para administrar de acordo com “O Evangelho” a crise conjugal.


Capítulo 21 – Mediunidade no leito de morte

Uma moribunda invigilante atrai o Espírito do filho (desencarnado) e imanta-se a ele, num verdadeiro transe mediúnico altamente prejudicial a ambos: o filho era alcoólatra e morreu assassinado. Em conseqüência dessa simbiose mental, imprudentemente auto convocada e instalada, essa mãe passa a ter visões que são do desencarnado (perseguidores, serpentes e aranhas). Contudo, a lição prova, mais uma vez, que de todo mal Deus tira um bem: a ajuda do Plano Espiritual nos momentos finais é aqui repetida.
O capítulo descreve o rotineiro caso de comunicação nas ocorrências de morte: a moribunda, num sobre-esforço final, ainda como encarnada, consegue ir em perispírito visitar a irmã consanguínea que lhe restava na Terra, a qual, por sua vez, registra tal visita e depreende que a visitante morrera…


Capítulo 22 – Emersão no passado

Uma médium revive cenas do seu passado infeliz e apresenta um quadro de animismo. Não se trata de mistificação inconsciente ou subconsciente, mas sim de emersão no passado, tal fato caracterizando uma doente mental, necessitada de auxílio evangélico, qual se fosse uma sofredora desencarnada, visitando a reunião mediúnica. No caso, muito comum entre encarnados, era alguém que renasceu pela carne, sem renovar-se em espírito, tal como acontece com mendigos que reencarnam envergando o esburacado manto da fidalguia efêmera que envergaram outrora!


Capítulo 23 – Fascinação

Um doloroso caso de mediunidade destrambelhada, sob ação cruel de um obsessor desencarnado, põe a descoberto fatos infelizes que já duram um milênio(!). A vítima de uma vingança, uma médium, tem tanta sintonia com seu algoz, que retransmite palavras num dialeto já morto, usado ao tempo passado no qual ambos se acumpliciaram em crime. Esse fenômeno caracteriza a “mediunidade poliglota” ou xenoglossia. De igual processualística ocorre a mediunidade pela qual um médium psicógrafo registra texto em idioma que lhe é desconhecido (na atual existência…).


Capítulo 24 – Luta expiatória

É analisado o caso de uma pessoa que quando desencarnada esteve sintonizada e subjugada por Espíritos delinquentes. Ao reencarnar, essa pessoa trouxe deficiências orgânicas. A mediunidade entre familiares é exposta com preciosas advertências, eis que quase sempre, num lar, reencontram-se Espíritos que no passado vivenciaram desajustes, ou que tenham se unido para desajustar o próximo. Então, num e noutro caso, entre quatro paredes — no lar — o clima obsessivo resultante desse reencontro (proporcionado pela caridade de Deus, via reencarnação) tem abençoadas e múltiplas oportunidades de reconstrução, individual e familiar, com a conquista da paz.


Capítulo 25 – Em torno da fixação mental

A invigilância moral e os descaminhos dela resultantes geram angústias que, sem esforço, não se dissipam: ao contrário, fixam-se na mente de quem assim procede. Isso pode demorar séculos (cristalização do e no tempo), gerando “múmias espirituais”, isto é, Espíritos hibernados no auto desequilíbrio. Por isso é que ocorrem as reencarnações compulsórias e difíceis, a benefício desses prostrados na evolução, a título de doce constrangimento (processo de re-equilíbrio) da dor. A fixação mental gera os padecimentos da amnésia, esquizofrenia e paranoia.

Obs. Sob risco de estarmos equivocados, conjeturamos que também o autismo é um dos retratos fiéis do quadro espiritual da fixação mental prolongada.


Capítulo 26 – Psicometria

Num museu: alguns objetos apresentam-se revestidos de fluidos opacos, fruto das multiplicadas lembranças dos que os possuíram (encarnados ou desencarnados). A imanação de objetos pela força mental sobre eles impregna-os de formas-pensamento, as quais, o médium psicômetra pode conhecer, mediante toque neles. “Almas e coisas”, cada uma a seu modo, algo conservam do tempo e do espaço — eternos na memória da vida. Um relógio, um quadro e um espelho, no museu que a equipe espiritual visita, com finalidade de pedagogia mediúnica, ofertam interessantes lições, ratificando que todos os problemas criados por nós não serão resolvidos senão por nós mesmos…


Capítulo 27 – Mediunidade transviada

O ultraje à oração e à mediunidade é aqui exposto, mostrando penoso quadro em que espíritas medianamente esclarecidos, mas médiuns ociosos, exploram Espíritos desencarnados de condição inferior, para a solução de problemas materiais. A vampirização se torna recíproca (entre encarnados e desencarnados). André Luiz filosofa, mais uma vez, sobre a bênção da pedagogia divina: “a dor é o grande ministro da Justiça Divina”!


Capítulo 28 – Efeitos físicos

As chamadas “sessões de materialização”, segundo o Plano Espiritual, só se justificam quando são realizadas com altos objetivos morais, como por exemplo, a cura de doentes encarnados. Os Espíritos desencarnados que agem nessas reuniões extraem forças de pessoas, de objetos e da Natureza, as quais se casam aos elementos espirituais.
São enérgicos os alertas quanto aos perigos dessas reuniões, tendo em vista que os encarnados que dela participam devem ter sentimentos purificados, a par de conduta cristã, o que dificilmente acontece, coletivamente. As infinitas possibilidades de emprego do ectoplasma são aqui enunciadas, sendo explicitadas suas excelsas propriedades, de transporte de matéria de qualquer natureza, inclusive o corpo humano (!), através desmaterialização num ponto e rematerialização em outro, próximo ou distante.


Capítulo 29 – Anotações em serviço

Há ligeira crítica sobre a sinonímia utilizada pela Metapsíquica, em contraponto à simplicidade evangélica. Prestes a concluir o proveitoso estágio na companhia do Assistente Áulus, André Luiz ainda narra novas e belíssimas considerações ouvidas dele, sobre o Espiritismo, sobre a mediunidade e sobre o comportamento dos médiuns.


Capítulo 30 – Últimas páginas

As várias e sublimes ações dos diferentes médiuns são aqui filosoficamente enunciadas, com raros timbres, poético e moral. O sacerdócio da paternidade e da maternidade é expresso com eloquência evangélica, posto que é no lar que a mediunidade se mostra mais espontânea e mais pura (eis aqui uma informação, ou melhor, um esclarecimento, que nos induz a intensas reflexões…).
Agradabilíssima surpresa no fecho deste livro: o próprio André Luiz profere uma prece aos Benfeitores Espirituais. Sem identificar, a prece reporta-se à gratidão dele para com o bondoso Áulus.
Gratidão que também é nossa!


Personagens citados:

André Luiz – é autor espiritual. Permaneceu no Umbral por oito anos.
No ano de 2003, em comemoração ao 1.500.000° exemplar de “Nosso Lar”, a Federação Espírita Brasileira reeditou, com nova diagramação e capa, a coleção dos 13 (treze) livros de André Luiz com psicografia de Francisco Cândido Xavier, tratando da “A Vida no Mundo Espiritual”!
– 1º livro: “Nosso lar” (1944) – obra literária iniciando fecunda série, sempre pela psicografia de Francisco Cândido Xavier. Nesse livro, reporta como foi recolhido à Instituição Espiritual “Nosso Lar” (situada na psicosfera da cidade do Rio de Janeiro), por interferência de sua mãe. Com impressionante ineditismo, o livro narra particularidades do Plano Espiritual.
Graças à sua abnegação e trabalhos incansáveis de auxílio ao próximo, alguns anos mais tarde conquistou a faculdade da volitação.
Informa, ao fim do livro, que recebeu a comenda de “Cidadão de Nosso Lar”.
André Luiz é um exemplo dignificante de auto-reforma e de como a conseqüente evolução espiritual traz intensos momentos felizes para todo aquele que ajuda ao próximo.
– 2º livro: “Os mensageiros” (1944) – reporta vários aprendizados que alcançou junto à equipe de auxiliares-aprendizes, no “Centro de Mensageiros”, quando, após estágio e uma viagem à crosta, teve oportunidade de pôr em prática as lições recebidas.
– 3º livro: “Missionários da luz” (1945) – aprimora os conhecimentos até então auferidos. Estagia com o Instrutor Alexandre num recinto terrestre, onde se desenrolam inúmeras atividades mediúnicas. Há impressionante narração de uma reencarnação, a partir do Programa Reencarna-tório, seguida da fecundação, da gestação e do nascimento.
– 4º livro: “Obreiros da vida eterna” (1946) – registra que é a primeira vez que integra equipe socorrista (de auxílio a desencarnações), pois até então fora estudante/aprendiz.
– 5º livro: “No mundo maior” (1947) – agora, focaliza aspectos da vida no mundo espiritual e do intercâmbio entre desencarnados e encarnados, especialmente durante o repouso físico.
– 6º livro: “Libertação” (1949) – um dos maiores equívocos do ser humano é o de se arvorar em juiz… eis que, na verdade, quem assim procede, via de regra está projetando em outrem aquilo mesmo que denigre seu comportamento; ao que sofre, já basta o aguilhão da culpa.
– 7º livro: “Entre a Terra e o céu” ( 1954) – obra de grande singeleza, que nos mostra o poder da prece diante dos descaminhos humanos (ciúme, suicídio, vingança, obsessão) provocando desarmonia e sofrimento num grupo familiar. Pela caridade de Jesus, benfeitores espirituais conseguem reordenar procedimentos morais, acalmar impulsos negativos e implantar a fraternidade entre todos.

Observação: Citaremos a seguir os demais nomes dos personagens do livro “Nos domínios da mediunidade”, colocando entre parênteses: (d) = desencarnado; (e) = encarnado, e os respectivos capítulo e página onde são pela primeira vez mencionados.

Áulus (d) – 1/13 – É (assistente) um dos 12 (doze) Ministros de “Nosso Lar” (NL).
Clarêncio (d) – 1/13 – É também Ministro de NL.
Holário (d) – 1/14 – Colega de André Luiz em “Nosso Lar” (quando encarnado, também foi médico).
Albério (d) – 1/15 – Palestrante sobre mediunidade no Ministério das Comunicações de “NL”.
Raul Silva (e) – 3/29 – Dirigente de reunião mediúnica.
Eugênia (e) – 2/29 – Médium psicofônica de grande docilidade, consciente, intuitiva.
Anélio Araújo (e) – 3/30 – Médium: clarividente, clariaudiente e psicógrafo (ainda educando a mediunidade, necessita de grandes cuidados).
Antônio Castro (e) – 3/30 – Médium sonâmbulo (desdobra-se facilmente).
Celina (e) – 3/30 – Médium: clarividente, clariaudiente e de incorporação sonambúlica (age com responsabilidade e por isso é valiosa cooperadora do Plano Espiritual).
Clementino (d) – 5/45 – Dirigente espiritual do Centro Espírita e do grupo mediúnico.
Libório dos Santos (d) – 6/58 – Espírito obsessor atendido em reunião mediúnica.
Sara (e) – 7/62 – É a mulher que Liborio vem obsidiando há 5 anos.
José Maria (d) – 8/73 – Espírito necessitado atendido em reunião mediúnica.
Pedro (e) – 9/78 – Doente que comparece à reunião mediúnica e é assediado por obsessor.
Rodrigo e Sérgio (d) – 11/102 – Vigilantes espirituais que, em excursão de auxílio, conduzem em volitação e com segurança, o perispírito do médium de desdobramento (Antônio Castro).
Oliveira (d) – 11/103 – Abnegado companheiro do grupo mediúnico, desencarnado há poucos dias e que é visitado por Antônio Castro (o médium desdobrado).
Abelardo Martins (d) – 14/127 – Marido de Celina, em processo de melhoria espiritual.
Justino (d) – 14/132 – Diretor de Instituição espiritual socorrista a psicopatas.
Ambrosina (e) – 16/148 – Médium dedicada, com ideal de amor, em atividade há mais de 20 anos sucessivos.
Gabriel (d) – 16/150 – Mentor de grupo mediúnico.
Clara e Henrique (e) – Médiuns passistas.
Conrado (d) – 17/162 – Orientador espiritual em atividade na “câmara de passes”.
Teonília (d) – 19/179 – Assistente espiritual em equipe de auxílio.
Anésia (e) – 19/179 – Esposa traída e com dificuldades para educar 3 filhas e cuidar da mãe, prestes a desencarnar.
Jovino (e) – 19/179 – Marido de Anésia.
Marcina, Marta e Márcia (e) – 19/182 – Filhas de Anésia e Jovino. São jovens.
Elisa (d) – 20/189 – Mãe de Anésia. Está em avançado “processo liberatório” (desencarnação).
Olímpio (d) – 21/201 – Filho de Elisa (e irmão de Anésia). Alcoólatra. Morreu assassinado.
Matilde (e) – 21/205 – Irmã de Elisa, a qual, ao desencarnar, visita-a.
Américo (e) – 24/228 – Médium com deficiências orgânicas, sintonizado a obsessores, com os quais se acumpliciou, ainda quando desencarnado.
Márcio (e) – 24/228 – Alcoólatra (irmão de Américo).
Júlio (e) – 24/229 – Pai de Américo e Márcio. Paralítico das pernas. Tem 5 filhos.
Laura, Guilherme e Benício (e) – 24/230 – Os outros 3 filhos de Júlio.
Cássio (d) – 27/251 – Guardião espiritual que tenta recuperar um grupo mediúnico irresponsável.
Quintino (e) – 27/252 – Teimoso — e invigilante — diretor de um grupo mediúnico que promete solução para problemas materiais…
Raimundo (e) 27/252 – Componente do grupo mediúnico sob direção de Quintino.
Teotônio (e) – 27/253 – Componente do grupo mediúnico sob direção de Quintino.
Garcez (d) – 28/266 – Espírito técnico em atividades ligadas a “efeitos físicos”.


Considerações Finais:

Este livro é inteiramente dedicado aos médiuns e Kardec leciona, no Capítulo XIV de “O Livro dos Médiuns”:

Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos Espíritos, por isso mesmo é médium […] Pode-se, pois, dizer que todo mundo é, mais ou menos, médium.

André Luiz, com seu amigo Hilário, sob supervisão do Assistente Áulus, vêm ao plano terreno e visitam vários centros espíritas, onde são realizadas reuniões mediúnicas. Em cada grupo de médiuns são observadas as características individuais e coletivas dos médiuns que as compõem.
As várias faculdades mediúnicas são analisadas detalhadamente, sempre sob a ótica do plano espiritual, trazendo informes inéditos do intercâmbio sublime entre encarnados e desencarnados.
Tamanhas e tantas são as lições, que a obra se torna imperdível aos estudiosos de boa vontade, médiuns ou não.


Termos pouco usados:

A título de colaboração, registramos abaixo o significado ou origem de alguns termos pouco usados, que eventualmente aparecem ao longo do texto de “Nos Domínios da Mediunidade”:

TERMOS CAPÍTULO PÁGINA S I G N I F I C A D O
(elementos) hipostáticos Introdução 9 (adj.) (Medicina) = retardamento circulatório
hotentote 1 17 (adj. e subst.) referente a povo da África
(cabeça) pintalgada 3 32 (adj.) pintada de cores variadas
imanização 4 43 (subst.) processo de imanizar; de imantar
ensanchas 5 48 (subst.) sobejo; sobra
solilóquio 5 49 (subst.) fala de alguém consigo mesmo; monólogo
nume 8 69 (subst.) divindade mitológica; gênio; influxo divino
(horrenda) fácies 8 69 (subst.) o aspecto de um corpo tal como se apresenta
Escarmento 8 71 (subst.) correção; castigo; punição
(clamores) roufenhos 10 88 (adj.) fanhoso
calhaus 13 120 (subst.) fragmentos de pedra dura
grilheta 13 120 (subst.) grilhão; obrigação penosa
escabiose 13 121 (subst.) (Medicina) = sarna
colédoco 17 169 (adj. e subst.) (Medicina) = porção terminal da via biliar principal
(estremeções) coreiformes 24 225 (adj.) instabilidade; diz-se de movimentação que lembra a da coréia.*
librar 26 244 (verbo) pôr em equilíbrio; equilibrar
acoimam 29 275 (do verbo acoimar) = multam; punem; castigam
escopro 30 282 (subst.) instrumento de ferro e aço para lavrar pedra ou madeira.

* (Coréia = afecção que se manifesta por movimentos involuntários, breves, irregulares e de grande amplitude).

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  1. Adorei o conteúdo! Muito informativo e bem escrito.
    Parabéns pelo ótimo trabalho, continue assim!

  2. Kátia Oliveira disse:

    Maravilhoso roteiro de estudo. Gratidão sempre por esclarecer tanto sobre essa obra grandiosa de André Luiz.

  3. Suzete disse:

    Impressionante esse trabalho. É um excelente roteiro de estudo. É instigante. Gratidão

  4. FRANCISCO ALVES disse:

    Excelente contribuição. Me ajudou bastante

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