Autor: Jorge Jossi Wagner – jorgejossiwagner@gmail.com
Existem situações em nossas vidas que nos chamam muito a atenção pelo grau do seu alcance e outras nem tanto. Quantas vezes, num repente, vêm o desequilíbrio e passamos a discutir um acontecimento, por mais banal que ele seja e acabamos provocando uma briga ou ofensas pessoais graves. Com a voz alterada, falando aos gritos, extravasamos toda nossa “raiva” diante de uma situação que reputamos inaceitável. Passados aqueles tristes momentos de completa perda de controle emocional, chega o remorso e aí pensamos com calma no ocorrido e chegamos à conclusão que tudo não passou de momento mesmo, que o melhor é se desculpar e tocar a vida em frente.
Em razão da nossa imperfeição moral este tipo de situação é, infelizmente, muito comum, bem como o seu desfecho. No entanto, nem sempre os nossos desequilíbrios são tão visíveis assim. O pensamento é algo que não chama a atenção e é o responsável direto pelas ações físicas que praticamos, pelos desequilíbrios que provocamos e pela sensação de atmosfera pesada e grosseira que sentimos muitas vezes.
Quem dá atenção para um pensamento desabonador que temos sobre outra pessoa? Quem liga para o desejo secreto que muitas vezes manifestamos para que um nosso suposto desafeto perca o emprego e seja até punido por uma falta cometida?
Quem está ligado no fato de que pensamos sem parar, 24 horas por dia? Pensamos tanto e tão ininterruptamente, que não nos damos conta da sua enorme influência em nossas ações.
O pensamento não é algo abstrato, ele existe e qualquer que seja a sua natureza emite energia e como causa vai ter um efeito. O pensamento é força criativa ou destrutiva, dependendo da direção que lhe dermos. Ele pode nos equilibrar ou causar perigosos desequilíbrios. Os espíritos se achegam até nós pela emissão de pensamentos que emitimos. Se o pensamento for bom, teremos boas companhias, se o pensamento for ruim a companhia também o será.
O pensamento está inserido dentro das Leis da Natureza, portanto, cabe a cada um de nós analisarmos suas conseqüências, pois, ignorar um fato não é desculpa para erros. Na questão 459 de o Livro dos Espíritos aprendemos que os espíritos influenciam os nossos pensamentos e atos muito mais do que imaginamos e que, muitas vezes são eles que nos dirigem.
Pensar é um ato natural, automático e incessante, daí a necessidade de nos preocuparmos com ele, muito mais do que gostaríamos. Se, em razão da convivência social, temos uma vestimenta de verniz e deixamos de praticar certos atos, o mesmo não ocorre com o pensamento. Deixamos de fazer, mas não de pensar em fazer. Essa emissão do pensamento, com atitudes agressivas, palavras duras e desejos impublicáveis, atirados para a atmosfera, será, mais cedo ou mais tarde captado por alguém, que, em fazendo uso de nosso pensamento desequilibrado, terá em nós, seu autor, um co-responsável pelo que advir disto.
Pensar positivamente dá o mesmo trabalho que pensar negativamente. Ocorre que, em razão da nossa imperfeição moral, nos sentimos mais atraídos aos pensamentos chulos, carregados de egoísmo e orgulho. Para vencer os nossos pensamentos cheios de inveja e maledicência é preciso se esforçar e isso se consegue melhorando as nossas leituras, as conversas entre amigos e familiares. Pensando com otimismo em relação ao futuro pessoal e coletivo. Diante de insucessos precisamos confiar na providência Divina, pois Esta nos dará novas oportunidades de remissão. É mais fácil criticar os erros alheios do que procurar compreender as suas razões. É difícil encarar ou aceitar quando alguém aponta as nossas falhas e aí jogamos pensamentos negativos sobre aquele que quer nos abrir os olhos.
O pensamento nos trás alegrias ou tristezas, dependendo do ponto de vista. Se Jesus, nosso divino amigo não fosse quem é, poderia ter se melindrado conosco quando o entregamos para julgamento, o negamos antes que o galo cantasse, quando tripudiamos sobre suas feridas. Mas, seu pensamento foi o do perdão, da paz e da compreensão. Sereno estava e sereno permaneceu e orando ao Pai pediu por nós.
Se ainda não temos essa capacidade de manter o pensamento equilibrado e vibrando no bem, pelo menos precisamos compreender que é assim que deve ser.
Que todos nós possamos pensar e modificar nosso tônus vibratório. Conseguiremos isso, colocando como objetivo de vida o ensinamento de Jesus: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.