JESUS E PSICOLOGIA

Autor: Edegar Tão¹

Muito se tem falado sobre a psicologia do Mestre (como teoria ou escola), ou ainda, de Jesus como psicólogo.
É compreensível que seja assim; afinal de contas, desconhece-se alguém que mais essencialmente tenha conhecido a intimidade das pessoas e, por isso mesmo, penetrado com maior profundidade a realidade íntima do ser.
Utilizando-se desta habilidade espetacular, serviu e ajudou a todos; independentemente da complexidade dos problemas ou dos dramas que lhe eram apresentados.
Com uma anamnese² incomparável, mergulhava seu olhar amoroso nos refolhos da alma humana, identificando com maestria as causas dos conflitos experimentados por todos aqueles que O circundavam.
Ditava um receituário sublime e elevado; sempre considerando, entretanto, as reais necessidades e possibilidades de cada um. A transparência de seu “diagnóstico” – sem qualquer postura de superioridade – não era constituída de termos acadêmicos ou de difícil entendimento; era a sua, uma linguagem simples, porém extraordinariamente sábia e revestida de bênçãos.
Estimulava o chamado “insight“, provocando um despertamento de consciência nas almas lúcidas e impregnadas de fé; que descobriam e alcançavam novas interpretações ante a realidade existencial a partir das considerações que estabelecia.
Àqueles outros, que lhe recusavam as orientações; compreendia e prosseguia com seu ministério de amor, solidário e pacificador; jamais contemporizando com as forças dominantes.
Fácil perceber, portanto, que todas as lições exemplificadas pelo Mestre Jesus objetivavam a libertação do indivíduo, enclausurado nas armadilhas das ilusões egotistas ou ignorando sua verdadeira destinação superior.
Detentor de potencialidades infinitas e obviamente ainda desconhecidas, o ser humano, enceguecido pelas paixões e seduções materiais, em contato com a terapêutica do Cristo, redescobre-se e descortina diante de si o véu que, até então, obstruía-lhe a visão.
O novo olhar diante do mundo o impulsiona a novas conquistas e aprendizados; cujos conflitos e neuroses, embora presentes, passam a ser convidativos processos de educação interior; promovendo-o à autoiluminação.
A benfeitora Joanna de Ângelis, analisando mui resumidamente as escolas psicológicas da humanidade, assevera que:
[…] por processos mais demorados, a psicologia profunda chega, no momento, às mesmas conclusões que Ele lograva com facilidade desde há dois mil anos. Roberto Assagioli, por exemplo, com sua psicossíntese, penetrou nas causas das enfermidades, apoiando-se na realidade “transpessoal” do ser como fator desencadeante das mesmas. Abraão Maslow descobriu a “psicologia do ser” e abriu espaço para o seu entendimento profundo em relação à psicogênese das enfermidades que deterioram a personalidade do homem. Groff, relacionando a mente com o cérebro, vai mais além e defronta o ser imortal como agente de inúmeras psicopatologias. Melanie Klein e Carl Johnson, de origem freudiana, propõem para os esquizofrênicos terapêuticas fundamentadas no amor, na caridade, no perdão cristão como as de maior eficácia, embora se reconheçam arreligiosos.
O indivíduo, compreendido por Jesus como um ser integral – não fragmentado -, vê-se amplificado em seus aspectos mais profundos, um ser bio-psico-sócio-espiritual; cuja complexidade atravessa o espaço-tempo de quaisquer análises superficiais e circunscritas.
Nestes dias tormentosos, a busca pelo equilíbrio e autoencontro se faz inadiável; sobretudo ao considerar a parcela de contribuição de cada indivíduo no estabelecimento do estado de paz tão desejado por todos.
Jesus personifica a paz verdadeira e inabalável, a harmonia psicológica perfeita; perpetuando com a sua terapêutica do amor, o estado de permanente felicidade que todos os seres podem almejar desde agora.

***

Notas

¹Edegar Tão é microempresário, dirigente e palestrante espírita e não é psicólogo. Email para contato: edegar.tao@mac.com

²Aqui, o termo está empregado no sentido da visita realizada pelo profissional da saúde ao paciente.

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